Dizem que quem vive de passado é
museu. Pois eu tenho um museu dentro de mim. Meu tempo de criança me trás muita
saudade. Tempos de dificuldade sim, mas de muita brincadeira, corre-corre,
bolinhas de gude, rodar pião, subir em árvores. Um tempo em que minha cidade
era pequena e atravessar a rua da minha casa podia ser feito plantando
bananeira. Tempos inocentes das brincadeiras de roda, passa anel! Tempo de
circo na pracinha, parque de diversão com roda gigante, chapéu mexicano e o
carrinho bate- bate. Isso sem falar da pipoca quente, da maçã do amor. Sim,
quanta saudade! As ruas sem asfalto, mas sem carros também. Elas eram nossas
para corrermos numa brincadeira de soldadinho salvar ou nas peladas de futebol!
Televisão estava começando e poucas famílias tinham algum aparelho de TV em
casa e até rádiolas, radio e toca discos, era para poucos.Minha vida mudou muito. Hoje sou
casado, tenho três filhos. Financeiramente não tem comparação. Gosto da minha
vida presente. Amo meus filhos, minha esposa, meus netos. Mas gente! Sou um
museu! Gosto muito de me lembrar dos meus tios contando estórias de
assombração. O bolão de fubá que minha mãe fazia, a cambuquira refogada. Meu
único presente de natal, um carrinho de plástico que eu acreditei que o Papai
Noel tinha trazido para mim e que o meu irmão mais velho logo disse que tinha
sido a minha irmã que tinha comprado. Hoje a vida é outra. Os brinquedos são
eletrônicos, as brincadeiras acontecem nos shopping, o vídeo-game toma o tempo
da criançada e elas gostam. Que pena que elas não vão saber nunca como era gostoso correr despreocupado por uma rua de terra. Não vão saber nunca como era
viver em uma casa sem grades nem como era muito bom subir em uma amoreira e se
fartar das pequenas frutas. É, definitivamente eu tenho um museu dentro de mim.
Manoel V Carlos
23/10/2010
Olá meu querido amigo Manoel !!
ResponderExcluirMuito emocionante e bonito seu texto !!
Eu também tenho um museu dentro de mim !!
Quase todos os dias ainda me vem a lembranças dos tempos bons, despreocupados, de liberdade, quintal grande e brincadeiras de rua...
da comida gostosa, das pracinhas...
é triste mesmo ver que hoje em dia, algumas crianças não conhecerão este mundo.
Mas elas tem novos horizontes e isso também é bom !
Adorei meu amigo, além de saber um pouco mais sobre a sua vida, também de me recordar da minha !
Um enorme abraço !
Olá amigo,
ResponderExcluirTambém sou um museu então. Também sou desse tempo, que a televisão era preto e branco e a programação só começava a partir das 3 da tarde. Tempo de repórter Esso, de brincadeira de roda na rua, pera, uva ou maçã... Bala toffe, bala boneca, pirulito zorro, tantas coisas que já não existem. Tudo era bem simples mas tão gostoso. Esse tempo não volta mais. Temos apenas em nossa memória.
Eu adoro relembrar coisas do passado da minha infância onde vivia em contato com a natureza.
ResponderExcluirLindo texto.
Abraço.
Manoel...que coisa gostasa ler esse texto repleto de lembranças comuns.
ResponderExcluirBem assim... pena que os de hoje e amanhã não saberão nunca como nosso "museu" era grandioso.
beijos, amigo
Maria Marçal - Porto Alegre - RS
É pai !!! Também tenho meu museu.....!!!
ResponderExcluirQue bonito!!!!!!!!!!
ResponderExcluirSomos mesmo carregados de lembranças e saudade,
penso que fomos crianças muito felizes e despreocupadas, mesmo tendo horário pra entrar.
Bjo amigo.
Que bonito!
ResponderExcluirTbm sou carregada dessas lembranças e de saudade da época em que tudo era bincadeira.
Bjo amigo.
É tio tbm tenho meu museu..
ResponderExcluirSaber que acho que a ultima infancia feliz foi a da decada de 90'(a que vivi intensamente), Quando voltava pra casa com machucados de tanto brincar,correr,subir em arvores.
Belissimo texto e um otimo blog!!
Abraços a todos
Léo
Olá,
ResponderExcluirVi seu Post no T3, Que lindo texto!
Até me emocionei, também sou como você, também sou "um museu".
Nosso passado é nossa vida, são as coisas que já vivemos e o que da sentido em nossas vidas.
Um pessoa sem passado é uma pessoa vazia.
Grande Abraço;
Lauro Daniel
E Eu que pensei que o museu era só meu.
ResponderExcluirA praça. os bailinhos de fundo de quintal na terra batida... O altofalante da igreja animando a cidade em dias de festas.
Lindo texto.
Hj manheci assim..com saudades de meu museu.
abraços §eletiv@