photo © 2010 Antonio Lederer | more info (via: Wylio)
Contramão
Mulher eu sou
Mulher que sabe amar
Eu sou...
Mulher, só mulher
Nas ruas sem rumo
Perdida no mundo
Na contramão da vida
Eu sou mulher
Sem ninguém
Levo a minha dor
Eu sou mulher
Amante de muitos amores
Não tenho nome
Não tenho cor
Não tenho vergonha
Mas tenho valor
A história me faz honra
Estou nas guerras
Estou na bíblia
Estou onde há vida
Eu sou mulher
Mulher sem nome, eu sei que sou
Mulher amante
Sem ter um amor
O sonho que sonhei
Que pena! Ela dormiu.
Não viu a estrela
Que brilhou
Só para nós dois.
Que pena! Ela dormiu.
Não ouviu minha voz
Chamando seu nome
Jurando-lhe amor
Que pena! Ela dormiu
Não sentiu minhas mãos
Acariciando seus seios
Que pena! Ela dormiu
E não sonhou
O sonho que sonhei.
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hoto © 2004 Dany Sakugawa | more info (via: Wylio)
Pau que nasce...
Estava num bar num fim de tarde,
calmo, bebericava meu conhaque. De repente, alguém perto de mim começou a falar
assim: - Você conhece a minha amada? Não conhece? Pois ela resolveu me
abandonar, diz que vai morar com outro, que cansou de ter desgosto, e não quer
mais apanhar- assustado, olhei para o lado, vi um cara muito magro. O homem não
se agüentava em pé. Se
apoiando em mim, lutando prá não cair, continuo a falar. - Ainda amo aquela
ingrata, e se ela ficar do meu lado, até paro de beber. Ah Maria! Ah Maria! Se
você ficar comigo vou deixar de ser bandido, vou voltar a trabalhar. Fiquei com
pena do coitado, procurei sua Maria e falei para ela das promessas que em
público ele fez. Maria, rosto miúdo, pele branca, muito sofrida, mas muito
bonita, disse que o perdoaria. Hoje estou no mesmo bar, bebericando meu conhaque,
na minha frente um jornal, no jornal uma notícia: Policiais do 5º DP mataram um assaltante com duas
balas no peito. No bolso nenhum centavo, só um papel amarrotado em que estava
escrito assim; “Pau que nasce torto só endireita quando é novo”
Adeus Maria! Perdoa-me!
Ainda te amo!
photo © 2008 Nuno de Azevedo | more info (via: Wylio)
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Vinte e cinco
Fechado em silêncio penso
E penso sem chegar a um ponto pronto
O dia está quente
O ar é pesado
Todos riem
Deve haver motivos para os risos
Nada vejo
Por que riem?
Quem sabe de mim
Da minha tristeza
Da vergonha de não ter um sorriso no rosto.
O dia passa e chega ao fim
Nada produzi
Sinto o horizonte muito longe
O barulho da sirene é como grito de criança
Estou vivo!
Vou para minha casa
O expediente chegou ao fim
Nada produzi
Menos uma segunda-feira
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O conhaque já testemunhou comigo choro e sorriso.
ResponderExcluirDreher ou quem sabe Domecq.
Por que Vinte e cinco?
poemas bacanas ,abraço,sucesso
ResponderExcluirOlá amigo!
ResponderExcluirSuas poesias são muito lindas,mas essa da contramão é a cara de minha irmã,parece muito com ela.
Parabéns e continue no seu caminho,as vezes a gente agrada e as vezes não! Questão de gosto e sensibilidade!
Parabéns!
Bjos!
Muito bom ,meu amigo gostei dos poemas ,quem sabe com um Conhaque ao meu lado...lembranças de todas as Marias que passaram e até quem sabe de alguma que está por vir ,venham a tona ...Parabéns e um grande abraço ,Alex .
ResponderExcluirOlá, Manoel,
ResponderExcluirVocê é muito talentoso. Continue mostrando sua arte, suas vivências. Ótimas poesias, muito inspiradoras.
Abraços,
Bruno Borges Borges
(www.brunoborgesborges.blogspot.com)
lindo Manoel! como sempre!!!
ResponderExcluirA forma como vc escreve é clara, sem rabiscos, direta e simples. Por isto é bom de ler. Considero uma boa leitura quando consigo ver a cena, bem ali, encenada no papel.
ResponderExcluirGostei mesmo!
Coloquei lá, meu aval pelo que escrevi acima, ao seguir seu blog!
Valéria (kitmell)
Estou encantada com a voz que você emprestou às personagens. O masculino e o feminino. Nem todo mundo se arrisca a entrar em outras peles.
ResponderExcluirParabéns, Manoel!
Eu não sou escritora. Sou só uma aspirante, que tem muitos amigos queridos no mundo literário, como você, que são generosos com os meus textos.
Grande abraço, Ana
Olá querido Manoel!
ResponderExcluirMuito bom poder conhecer mais dos seus trabalhos! Como já te escrevi uma vez, a sua escrita é simples e passa muita honestidade na forma de pensar e sentir... Muito bom poder estabelecer essa comunicação assim: de forma simples e tocante!
Grande beijo,
Jackie
Lindas de ler as tuas poesias, Manoel.
ResponderExcluirFalas com palavras claras, o que normalmente adornamos com palavras dúbias.
Gostei muito!
Grande abraço.
Bom dia, Manoel!
ResponderExcluirO tempo anda tão curto, mas devo dizer que o poema falando da mulher é fantástico. Elas merecem ser amadas, sempre amadas.
Um abraço.
João