O cigarro está no fim
Está queimando os
dedos
Mas ele nada sente,
está dormente
A bebida aqueceu seu
corpo e o fez adormecer
Coberto com um trapo
dormiu na calçada
Vida danada!
Vida de nada sem
vida!
Ele inconsciente
implora a Deus uma nova sorte
Quem sabe a morte.
Mas Deus não o escuta
Está ocupado nesse
momento
Atende no templo a um
pastor ou a um padre
Que em seu nome,
Aleluia!
Cura um cego,
Faz um coxo andar.
É! Deus não tem tempo
E a pobre alma vai
continuar padecendo
Vai continuar sua
sina
Vai dormir outra
noite na rua
Sem Deus, sem eu,
Sem ninguém!
06/08/2010
photo © 2007 Milton Jung | more info (via: Wylio)
Incrivelmente ácido e...verdadeiro.
ResponderExcluirMto boa !!! melhor ainda que é nova !!! Parabéns Pai !
ResponderExcluirMuito realista o seu poema.
ResponderExcluirManoel,
ResponderExcluirAchei o poema tão vigoroso em sua proposta, que seria injustiça minha defini-lo apenas como "forte".
A essência do jogo fome de vida/ fome de comida, clara e evidente em suas linhas, me levou ao pensamento de que, por mais que busquemos ser bons, apelemos ao líder religioso, apelemos a Deus, e eternamente vãos estaremos em nossa retórica pagã!
Ajudamos o mundo, mas não ajudamos ao irmão das marquizes...
Aquele infeliz sedento de apenas uma palavra amiga, não lhe dirigimos nem "Bom dia!".
Parece "sina" de alguns o sofrimento; por que até par sofrer alguns têm mais sorte que outros?
Belíssimo artigo!
Só tenho a dizer que ADOREI o que li!!!!
Abraços,
Mary:)