Reminisciências

Eu tinha uns sete anos, por ai, minha mãe, viúva há quatro anos, trabalhava numa fábrica de louças e só chegava à noite em casa. Eu estava com febre alta e minha mãe percebeu que o problema era Caxumba e sem pensar duas vezes ela, com 1,50m de altura, franzina, me pegou nos braços e levou-me à farmácia do bairro, mais ou menos uns quatro quarteirões da nossa casa, naquela época os farmacêuticos medicavam e raramente erravam. Fui medicado e o Farmacêutico Joãozinho informou que eu não deveria nem andar, que deveria ficar de repouso, e minha mãe pegou-me novamente em seus braços e voltamos para a nossa casa. Escrevo essas linhas de lembrança para, mais uma vez, homenagear a minha mãe, falecida em 2011, e ao mesmo tempo a todas as mulheres, principalmente as mães, que não medem esforços para verem seus filhos sempre na melhor condição possível. Para elas, os filhos são como pedras preciosas, que são pelo seu amor, lapidados até serem transformados em puros diamantes. Infelizmente alguns não as valorizam como merecem e no fim não passam de simples pedras pontiagudas que só servem para ferirem os corações de suas mães. Eu posso não ter sido um diamante, mas fiz de tudo para não ser uma pedra no sapato da minha querida mamãe. 

Manoel V Carlos 
2012