Enfiei a faca com força, nada,
nem um gemido, aquilo me deixou com raiva, minha vontade foi retalhá-la
todinha. Enfiava a faca aqui, ali e nem uma gota de sangue. Aquele corpo na
mesa, frio, sem sangue. Fiz uma incisão longitudinal na coxa e perna e vi os ossos
branquinhos, só com uns resquícios de sangue. Separei a cabeça do corpo. Nossa!
Como é pequeno seu cérebro, assim ela não podia ir longe mesmo! O coração! No
coração tem que ter sangue! Nada, nem o coração eu achei, não posso entender
isso. Decidi então desossá-la e fiz isso. De um lado um monte de carne e do
outro os ossos limpinhos e eu me sentindo um verdadeiro cirurgião ou um bom
açougueiro. Ainda bem que ninguém estava vendo o que eu estava fazendo, sorte
minha que eu estava sozinho em casa e podia trabalhar sem que alguém pudesse
palpitar. Peguei um punhado de alho com sal e besuntei a carne dela, juntei
alguns outros temperos e reservei numa vasilha. Fui para o fogão, acendi o fogo
do forno, sim, eu ia assá-la inteira, sem os ossos é claro. Preparei uma bela
farofa e comecei a recheá-la, costurei-a para que a farofa não se perdesse e deixe-a
assando por mais ou menos uma hora e meia. Sim, hoje na ceia de Natal teremos
uma bela galinha assada!
Manoel
Obs.: Imagens do clipart
Então é isso, Maneco. Se pararmos para pensar nos rituais que fazemos para preparar a comida (principalmente a carne) acabamos por não fazê-la. Muito bom seu texto, gosto de finais surpreendentes. Um abraço!
ResponderExcluirManoel,
ResponderExcluirVoce me fez lembrar de algumas passagens na minha vida, especialmente a infancia, quando, de repente, havia um animal no quintal, depois.... no prato. E com isso muito o que contar!
Eu nao mato nada, nem mesmo tenho coragem de limpar se estiver morto.
Beijos
Estimado amigo,
ResponderExcluirEu deixei um comentario anterior, nao sei se foi salvo.
De qq maneira, este seu post me fez lembrar de minha infancia, quando perto do Natal aparecia algum animal novo no quintal e depois, sumia....
Beijos