Segunda feira, depois do almoço, como
de hábito e necessidade a minha esposa foi para a casa da sua mãe ajudar a sua
irmã nos cuidados com a mesma, que sofre do mal de Alzheimer. Fiquei sozinho em casa já que meu filhinho também saiu
para ir à escola. Estava eu então sentado em frente ao computador, xeretando um
pouquinho a internet, lendo postagens dos meus amigos blogueiros quando ouvi
uma voz ao longe parecendo pedir socorro. Desliguei o som da música que eu
estava ouvindo para prestar maior atenção àquela voz que soava longe. -Socorro! Ajudem-me, estou
morrendo! Ouvi nitidamente, e embora eu estivesse sozinho, desta vez pareceu-me
que o pedido de socorro vinha de dentro da minha própria casa. Levantei-me da
cadeira, meio que assustado tentando localizar o dono daquele pedido de ajuda
pensando que talvez eu estivesse ficando meio maluco, afinal como podia ouvir
alguma voz dentro de casa se eu estava só? Nos quartos nada, fui então até a cozinha e de
lá ouvi novamente a voz e ela soava mais próxima e então eu vi na mureta da área
de serviço o vaso com a Lisianthus, uma flor roxa e branca, que eu tinha dado à
minha esposa, esquecida ao sol de 34 graus. Pobre coitada! Não suportaria mais
nenhum minuto sob aquele sol ardente! Retirei-a do sol colocando-a sob a sombra e
molhando suas raízes, folhas e pétala. Ela olhou para mim e sorriu me
agradecendo. –Obrigada! Se você não
tivesse me ouvido certamente eu não iria resistir e sua esposa ficaria sem a
minha companhia. Ela está viva, não sei por quanto tempo, pois a desidratação
foi muito forte, mas se depender de mim ela vai viver o tempo que é dela.
Manoel
Manoel, enquanto ainda houverem pessoas dispostas a ouvir o clamado de uma plantinha sedenta, tenho certeza que esse mundo ainda tem salvação. Adorei o gesto, um abraço, bom final de semana!
ResponderExcluirManoel, sempre me senti frustrada porque nunca soube cuidar bem de violetas. Tem que ter extremo cuidado ao dar água. Contudo, tenho melhor sorte com outras flores.
ResponderExcluirBeijos