Sou poeira da estrada
Grão de pó que o vento rola
Sou o barro que não dá liga
Sou sozinho, não sou nada
Minha voz não é ouvida
Meus passos não deixam marcas
Estou só no deserto
Sou cacto sem água
Sou o tronco da árvore
Que não chegou a florescer
Sou o espinho da rosa
Que fere, machuca, faz doer
Sou o veneno da cobra
Sou o rato a se esconder
A coruja, mau agouro
O arrepio da tristeza
Sem amigos vou vivendo
Nesse mundo de falsas verdades
De moral e preconceitos
Verdadeiras prisões dos homens
Não sou nada, sou o pó
Sou espinho, sou um louco
Depois do fim irão dizer
“Ele era a casca do coco!”
Hipnótico
O mar fascina!
Eu olho o mar
Perco meu olhar
Da vontade de pular
Abraçar
Tê-lo nas mãos
O mar é sedutor!
Sua voz encanta
Me dá medo
Vontade de sumir
Nas entranhas
Dos segredos do mar
10/10/92
Manoel V Carlos
Olá querido amigo !!!
ResponderExcluirQue profundas as suas palavras, trazem uma certa melancolia, que faz parte de todos nós, mas conseguiu traduzir esta nossa face com extrema beleza !
Um enorme abraço !