EXCRITOR
A sala estava cheia de gente, o ar era pesado. Bem no meio, um caixão e dentro dele um homem ainda jovem, mais ou menos, trinta e quatro anos.
As pessoas conversavam em voz baixa, tão baixa, que parecia haver um silêncio absoluto.
Perto do caixão, uma senhora, também jovem, permanecia em pé abraçada a duas crianças, que deviam ser seus filhos.
- Meus pêsames!- alguém falou. A mulher olhou de lado, rosto triste. - Obrigada!
- Quantos anos ele tinha?- Perguntou a outra pessoa.
- Trinta e cinco. E começou a chorar.
- Não chore! A vida é assim mesmo! Ela não perdoa nem a quem amamos!
- Mas, ele era tão bom. - Respondeu a mulher ainda chorando. -Bom marido, bom pai, trabalhador!
- Como aconteceu?
- Ele fumava muito, sempre falei isso para ele: "Pare de fumar! Fumando tanto assim, você vai morrer logo!" - Sabe o que ele respondia?- "Ora! A vida existe só até acabar."
- Justo agora ele foi morrer! Por que justo agora? Sabe, ele tinha voltado a estudar e também estava começando a escrever poesias. Dizia até que ia escrever um livro. Sonho! Tudo agora se acabou!
- Ele era escritor?
- Não! Ele mesmo dizia: “Não sou poeta, nem mesmo sou um proseador. Eu brinco de escrever porque sou um sonhador."
Os amigos começaram a selar o caixão, preparando o enterro. Logo depois, era colocado no carro fúnebre.
O cortejo cruzou todo o bairro em que, o agora defunto, morava, parando somente no cemitério, que tem sua localização no centro da cidade.
Em sua lápide está escrito:
"Saudade sentimos agora. Saudade, porque você foi embora. A saudade irá para sempre acompanhar sua esposa e seus filhos."
Logo abaixo, está escrito:
"Aqui jaz um ex-fumante. Aqui jaz um excritor”!
Manoel V Carlos
28/07/89.
A sala estava cheia de gente, o ar era pesado. Bem no meio, um caixão e dentro dele um homem ainda jovem, mais ou menos, trinta e quatro anos.
As pessoas conversavam em voz baixa, tão baixa, que parecia haver um silêncio absoluto.
Perto do caixão, uma senhora, também jovem, permanecia em pé abraçada a duas crianças, que deviam ser seus filhos.
- Meus pêsames!- alguém falou. A mulher olhou de lado, rosto triste. - Obrigada!
- Quantos anos ele tinha?- Perguntou a outra pessoa.
- Trinta e cinco. E começou a chorar.
- Não chore! A vida é assim mesmo! Ela não perdoa nem a quem amamos!
- Mas, ele era tão bom. - Respondeu a mulher ainda chorando. -Bom marido, bom pai, trabalhador!
- Como aconteceu?
- Ele fumava muito, sempre falei isso para ele: "Pare de fumar! Fumando tanto assim, você vai morrer logo!" - Sabe o que ele respondia?- "Ora! A vida existe só até acabar."
- Justo agora ele foi morrer! Por que justo agora? Sabe, ele tinha voltado a estudar e também estava começando a escrever poesias. Dizia até que ia escrever um livro. Sonho! Tudo agora se acabou!
- Ele era escritor?
- Não! Ele mesmo dizia: “Não sou poeta, nem mesmo sou um proseador. Eu brinco de escrever porque sou um sonhador."
Os amigos começaram a selar o caixão, preparando o enterro. Logo depois, era colocado no carro fúnebre.
O cortejo cruzou todo o bairro em que, o agora defunto, morava, parando somente no cemitério, que tem sua localização no centro da cidade.
Em sua lápide está escrito:
"Saudade sentimos agora. Saudade, porque você foi embora. A saudade irá para sempre acompanhar sua esposa e seus filhos."
Logo abaixo, está escrito:
"Aqui jaz um ex-fumante. Aqui jaz um excritor”!
Manoel V Carlos
28/07/89.
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